quarta-feira, 7 de agosto de 2013
 O QUE É PLANO DE NEGÓCIOS?
Por Carlos Frederico Corrêa Ferreira 
A princípio, podemos definir Plano de Negócio como um documento de planejamento, elaborado de acordo com as necessidades de cada empreendimento, capaz de nos mostrar toda a viabilidade e estratégias deste, do ponto de vista estrutural, administrativo, estratégico, mercadológico, técnico, operacional e financeiro.
Através deste conceito podemos perceber que esta ferramenta administrativa serve como um apoio ao empreendedor, independente de sua formação e de seu tempo de experiência sobre o seu empreendimento em questão.
Porém, a razão principal de escrever um Plano de Negócio é que não conseguimos ver o negócio por inteiro. Cada empreendedor é especialista em alguma atividade. Portanto, o  Plano de Negócio vem suprir esta dificuldade e mostrar o negócio de uma forma completa para empreendedor.
Outras razões para elaborar um Plano de Negócio podem ser constatadas, como:
Validar a idéia de um novo produto ou serviço.
Orientar a implantação de um negócio (servir de plano de vôo)
Promover a sensibilização de potenciais parceiros
Identificar oportunidades e transformá-las em diferencial
Diminuir a probabilidade de morte precoce dos empreendimentos
Capitalizar recursos junto aos investidores e ao mercado
Diminuir riscos
Identificar melhor os clientes, o mercado e as estratégias
Desenvolver uma empresa já existente
Lançar um novo produto ou serviço
Ser um instrumento de comunicação para diferentes públicos
Mesmo com todas estas razões, poucos empreendedores ainda utilizam este documento como uma forma de planejar suas ações iniciais ou de gerenciar o seu negócio. Muitos, também, acreditam que o Plano de Negócio serve apenas para ser elaborado na abertura de um negócio. Esta crença é defendida até por alguns profissionais da área. Porém, prefiro acreditar que ele é tão importante na abertura quanto no seu desenvolvimento. A prova disso, é que muitas empresas que já começaram com um plano, após alguns anos de existência continuam a elaborar novas versões deste documento. Algumas, com o intuito de lançar um novo produto, outras com um projeto de expansão e outras buscando novos recursos financeiros em instituições de crédito.
Outra questão importante, segundo levantamentos recentes na área, e com base nas juntas comerciais dos estados, no Brasil são constituídas anualmente em torno de 470 mil novas empresas. Isto demonstra a capacidade empreendedora e a vontade de crescer do nosso povo, porém, podemos constatar também que por trás deste eminente progresso, estão dados assustadores.
As taxas de mortalidade das empresas no Brasil são alarmantes:
empresas com até 2 anos de existência = 49,4% de mortalidade;
empresas com até 3 anos de existência = 56,4% de mortalidade;
empresas com até 5 anos de existência = 59,9% de mortalidade.
As principais causas apontadas para o fechamento destas empresas, na opinião dos empresários envolvidos, baseiam-se principalmente em questões relacionadas a problemas gerenciais, tais como:
falta de capital de giro;
problemas financeiros (muitas dívidas);
ponto de venda inadequado;
pouco conhecimento sobre gerenciamento do negócio;
falta de planejamento.
O plano de negócios pode ser um agente transformador desta morte precoce das empresas, pois segundo José Carlos Dornellas, especialista no assunto, ele aumenta em 60% a probabilidade de sucesso dos negócios. Ou seja, a falta de planejamento pode levar à mortalidade do negócio por não sinalizar algumas falhas.
Não existe uma estrutura rígida para se escrever um Plano de Negócio. Esta deve conter um mínimo de seções aos quais proporcionam um entendimento completo do negócio ou projeto a ser testado.
A estrutura pode mudar de acordo com o tipo de plano (avançado ou básico) ou com o setor de atuação previsto no plano (indústria, comércio, serviço ou misto).
Para título de exemplo, podemos ver a seguir uma estrutura de um Plano de Negócio considerando a forma avançada ou completa para um empreendimento industrial:
ESTRUTURA AVANÇADA DE UM PLANO DE NEGÓCIOS PARA A INDÚSTRIA
SUMÁRIO EXECUTIVO
O NEGÓCIO
    Histórico e definição
    Descrição Geral
    Estrutura Organizacional
    Competência Técnica
    Equipe Gerencial
    Missão
    Visão
    Oportunidades e ameaças
    Pontos fortes e fracos
    Objetivos e metas
    Estratégias futuras
    Produtos e serviços
    Inovação e vantagens competitivas
    Tecnologia utilizada
    Gestão do negócio
    Gestão de pessoas
    Terceirização e parcerias
PLANO DE MARKETING
    Marketing estratégico
        Consumidor
            Perfil dos consumidores
            Desejos e necessidades
            Hábitos de consumo e uso     
            Papéis de compras
        Mercado
            Histórico do mercado
            Barreiras de entradas
            Área Geográfica de atuação
            Tamanho do mercado
            Estágio da demanda
            Sazonalidade
            Impacto da tecnologia
            Segmento de mercado
            Análise da concorrência
            Projeções de mercado
    Posicionamento
    
Marketing tático
        Produto
            Histórico e características
            Valor para o consumidor
            Ciclo de vida
            Marca e embalagem
            Desenvolvimento de novos produtos
        Ponto
            Localização e instalações
            Canais de distribuição
            Previsão de vendas
        Promoção
            Estratégia de criação
            Ferramentas de comunicação
            Endomarketing
        Preço
            Nível de preço
            Comparação com a concorrência
            Condições de pagamentos
            Estrutura de preços    
PLANO FINANCEIRO
    Planilhas financeiras projetadas
        Plano de vendas
        Tributos e despesas de vendas
        Plano de produção
        Alocação de Mão de obra direta
        Orçamento do pessoal
        Apropriação custos MOD por produto
        Orçamento de matérias-primas
        Orçamento de investimentos
        Depreciações
        Gastos gerais de fabricação
        Custos de produção
        Estoques de produtos acabados
        Despesas administrativas
        Orçamento de operações
        Fluxo de caixa projetado
        Fluxo de caixa em 5 anos
        Demonstrativos de resultados
        Demonstrativos de resultados em 5 anos
        Ponto de equilíbrio
        Lucratividade
        Análise de investimentos
Por fim, temos que saber que existem vários públicos para um Plano de Negócio. Cada um deles com suas intenções e características próprias, inclusive o próprio empreendedor. Portanto, não basta apenas estruturá-lo adequadamente, mas acima de tudo é importante saber vendê-lo ou apresentá-lo. Sem isso fica difícil tirá-lo do papel e colocá-lo em prática.
Carlos Frederico Corrêa Ferreira  é administrador de empresas, consultor empresarial, professor universitário, coordenador do Curso Bota pra Fazer (Endeavor) em Juiz de Fora, autor dos livros “Planejar para Empreender  (Aprenda Fácil) e “Implantando uma empresa” (Campus), além de ser o idealizador do Software Empreenda Carlos Frederico Corrêa Ferreira  é administrador de empresas, consultor empresarial, professor universitário, coordenador do Curso Bota pra Fazer (Endeavor) em Juiz de Fora, autor dos livros “Planejar para Empreender  (Aprenda Fácil) e “Implantando uma empresa” (Campus), além de ser o idealizador do Software Empreenda.
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